A síndrome da dor femoropatelar (SDFP) atinge a região do entorno da patela – osso frontal do joelho. Ela também é conhecida como dor patelofemoral e é causada pelo excesso de pressão sobre a articulação. Isso leva a um processo inflamatório que causa muito desconforto.

Quando o paciente executa movimentos como agachar e subir ou descer escadas, pode haver uma piora na dor. Muitas vezes, a condição é resultado de uma mudança brusca na intensidade do treinamento esportivo. O estresse acaba por desequilibrar a biomecânica da patela e causar inflamação.
Costuma-se confundir a síndrome da dor femoropatelar com diagnósticos diferenciais de condromalácia patelar e tendinite patelar (fazer backlink com o artigo ‘Entenda a tendinite patelar’). No entanto, apesar de estarem correlacionados, os problemas atingem diferentes estruturas da região anterior do joelho.
Mecanismo da dor femoropatelar
Ao conectar o quadríceps à tíbia, a patela cumpre a função de transmitir forças para a musculatura da coxa. Antigamente chamada de rótula, ele é um osso triangular do tipo sesamóide que se articula na tróclea, sulco do fêmur, e é revestido internamente de tecido cartilaginoso.
Uma vez que a cartilagem retropatelar passa a se deteriorar, ocorre maior atrito na articulação e consequentemente um enfraquecimento no músculo do quadríceps. Essa debilidade pode ser refletida principalmente durante a prática de atividades que envolvam a flexão do joelho.
É possível que a síndrome da dor femoropatelar se manifeste ainda em pacientes que permanecem muito tempo sentados, seja trabalhando, assistindo a um filme ou viajando.
E apesar do nome, a dor não é o único indício de que um indivíduo esteja sobrecarregando sua patela. Outros sintomas comuns desta condição são: estalos ao andar e correr e sensação de conteúdo arenoso no interior do joelho.

O que causa a síndrome da dor femoropatelar?
A síndrome da dor femoropatelar nem sempre apresenta uma razão aparente. Por não ser uma lesão aguda propriamente dita, o diagnóstico não é feito por meio de exames de imagem como ressonância magnética ou tomografia do joelho, e sim através da anamnese e exame físico.
Durante o exame físico, o médico especialista em joelho avaliará o nível de inflamação da região em que o paciente queixa-se de desconforto. Alguns outros fatores predispõem à SDFP, dentre eles:
- Desalinhamento patelar: ocorre quando a patela se move fora da trilha da articulação patelofemoral e pode comprometer sua função biomecânica;
- Problemas anatômicos: anormalidades na estrutura dos membros inferiores, como pés planos, patela alta e tróclea femoral rasa;
- Fraqueza muscular: músculos fracos ao redor do joelho, principalmente os quadríceps, pois não oferecem suporte adequado à patela;
- Atividades físicas intensas: esportes de impacto, corrida e exercícios nos quais há extensão e flexão do joelho;
- Uso de sapatos inadequados: alguns calçados com salto altos, por exemplo, podem ser estressantes para a articulação do joelho, levando-a, assim, a exprimir forças desproporcionais;
- Traumas anteriores: lesões prévias, entorses ou fraturas no joelho.
Não por acaso mulheres são mais atingidas pela síndrome da dor femoropatelar. Características físicas como alargamento do quadril, alinhamento em valgo dos joelhos e padrões musculares diferentes em comparação aos homens contribuem para o desgaste da cartilagem retropatelar.
Além disso, flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual podem prejudicar a estabilidade articular e a sensibilidade à dor, incluindo a patelofemoral.
Diferenças entre síndrome da dor femoropatelar, condromalácia patelar e tendinite patelar
Síndrome da dor femoropatelar, condromalácia patelar e tendinite patelar são condições relacionadas ao joelho, mas têm causas e características diferentes:
- Síndrome da dor femoropatelar (SDFP): um desequilíbrio entre as forças que agem sobre a patela durante o movimento do joelho resulta em dor ao redor ou atrás dela, especialmente ao subir ou descer escadas, ficar muito tempo sentado ou após atividades físicas;
- Tendinite Patelar: é causada por uma inflamação do tendão patelar, estrutura conectora da patela à tíbia. Atividades repetitivas, como corrida, saltos e atividades esportivas intensas, exercem uma pressão excessiva sobre o tendão, e por isso são fatores de risco para a condição, que afeta a inserção do tendão patelar na patela;
- Condromalácia patelar: os sintomas são praticamente iguais à síndrome da dor femoropatelar, mas trata-se do desgaste exacerbado da cartilagem que reveste a parte posterior da patela;
Tratamento da Síndrome da Dor Femoropatelar
Durante a crise da dor femoropatelar, faz-se uso de analgésicos, anti-inflamatórios e alguns casos órteses ou palmilhas. A fisioterapia também é de extrema importância. Seu objetivo pode ser tanto analgésico, quanto o de fortalecimento muscular, sobretudo do reto femoral e do quadríceps. Restringir movimentos que causem dor, especialmente na prática de atividade física, também é indicado no período de crise.
Quando o paciente continua muito limitado e com dores apesar das medidas indicadas, há a opção de tratamento cirúrgico. Em situações como estas, pode-se realizar a artroscopia e procedimentos para realinhar o eixo da patela. É possível também restaurar o tecido cartilaginoso da mesma, se necessário, a depender do parecer do cirurgião especialista.
Se você sofre com dores como as descritas acima, entre em contato e agende a sua consulta. Ficarei feliz em ajudar.